Partilha de uma mãe acerca do nosso projeto “Miúdos e Graúdos”:
"Acho um projeto muito interessante, mas mais que isso, muito importante! Parabéns pela iniciativa.
Nesta sociedade, em que sabemos que muitas vezes os idosos são negligenciados, são afastados dos mais pequeninos. Em que as crianças, por várias razões, já não crescem próximas dos avós como antigamente, a AFA com este projeto, faz os mais pequeninos perceberem que os idosos já foram como eles, que podem conviver, brincar e socializar entre si. Aprendem também que os mais velhinhos têm muitas histórias para partilhar e que precisam de muito carinho, companhia e cuidados, tal como os pequeninos. Que caminham de forma diferente, que usam outras "ferramentas", mas conseguem fazer muitas coisas e participar em muitas atividades. Que riem, comem, choram, brincam, cantam, etc., como todos nós. E sobretudo, vão crescendo a conhecer o processo normal da vida, nascer, crescer e envelhecer, vivendo!
Partilho com a Marta, um episódio que aconteceu com a minha filha. O meu pai é neste momento o familiar mais velho a fazer parte do quotidiano da minha filha. Sendo ele, amputado da perna esquerda, e com quase 80 anos, a mobilidade está muito afetada, dificultando que faça muitas coisas ou mesmo impedindo de fazer.
Como sabemos que sempre adorou ouvir bandas filarmónicas e, que já algum tempo não o fazia, por não conseguir ficar muito tempo em pé ou ser difícil deslocar-se ao local a caminhar, no dia da festa de Santo António, insistimos que fosse ao arraial ver as bandas. Levaríamos a cadeira de rodas e assim poderia ficar o tempo que quisesse. Não e não e não!
A minha filha vira-se e diz: Avô, na minha escola, há muitos idosos de cadeira de rodas e não tem mal nenhum. Porque não vais connosco?
O avô não conseguiu dizer que não e foi! E a minha filha, ainda fez mais, aproveitou o colinho do avô e a boleia da cadeira de rodas!
Ela nunca tinha visto o avô sentado na cadeira de rodas, mas o facto de ver imensas pessoas na AFA, fez-lhe ver que era uma forma de estar perfeitamente normal.
Espero que deem continuidade a este projeto.
Ganham os mais velhinhos e contribuímos para que as crianças cresçam a conhecer, aceitar e a respeitar os que já foram como eles e tiveram o privilégio de envelhecer!"
Foi na AFA que o meu filho, com a ajuda de quem o rodeava começou a correr e a crescer demasiado rápido. Um muito obrigada a todos da instituição, que fizeram e farão sempre parte das nossas vidas.
"Gratidão vai além de um muito obrigada, ultrapassa gentilezas e é superior a qualquer interesse... quem sabe agradecer está apto a crescer!".
Alexandra Marques Duarte
Pré Escolar